LGBT AD - anúncios lgbt

. domingo, 19 de outubro de 2008
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Madrugada de trabalho, sono perdido analisando campanhas publicitárias para meu trabalho, encontrei como vídeo relacionado no YouTube o anúncio publicitário da Milami Clothes. Veja abaixo como é repensado um clichê de comerciais de vestuário e perfumes da mulher arrasadora que torce os pescoços dos homens que se viram pra olhá-la:




Observando melhor, percebi que o usuário que postou o anúncio mantêm um canal mais de uma centena de vídeos de temática LGBT, boa parte deles anúncios publicitários. O do Perfume Impulse abaixo também é um bom exemplo de desconstrução de clichês contruídos em universo midiático heteronormativo. Muito interessante.

3ª Parada do Orgulho Gay de Lauro de Freitas

. sexta-feira, 17 de outubro de 2008
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Começa hoje (17/10) a programação da terceira Parada do Orgulho Gay de Lauro de Freitas, com show da cantora Márcia Short e da banda 20 Xotear, na Praça da Matriz. No sábado (18/10), acontecerá a feijoada de lançamento da parada na Pousada do Índio, em Ipitanga, a partir das 13h.

A parada propriamente dita acontecerá no domingo (19/10), na orla de Ipitanga, a partir das 13h, e contará com a participação da cantora Simone Sampaio, dos grupos Baianidade e Fuscão&Samba, e dos DJs Chiquinho, Santouro e Jhony. O tema da parada deste ano é “Homofobia mata”.

Vale lembrar que o dia 17 de maio foi instituído em Lauro de Freitas como Dia Municipal de Combate a Homofobia, através da aprovação unânime na Câmara de Vereadores da cidade do projeto de autoria do vereador Lula Maciel (PT-BA) e da sanção da prefeita Moema Gramacho (PT-BA).

"Gaúcho também pode, não tem que disfarçar"

. quinta-feira, 16 de outubro de 2008
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Imagem extraída do blog www.seletos.blogspot.com

Tradicionalismo deve ser respeitado, mas tem limite. E o artigo de Ademir Canabarro, comerciante gaúcho, entitulado "As danças tradicionais e os pões 'delicados'" passou de todos eles. É de um tradicionalismo tão tradicional, mas tão tradicional, que remete ao Paleolítico. "O avanço do homossexualismo no mundo atinge todas as camadas sociais e todas as culturas, é um avanço assustador!", assim começou seu texto contra "os exageros gestuais e feminilidade que 'aflora' na interpretação durante certos passos das nossas danças tradicionais".

Canabarro torce o nariz para a participação de "peões delicados" nas apresentações de danças tradicionais dos Centros de Tradições Gaúchas (CTGs). Pudera, afinal vejam só o que Canabarro pensa acerca da homossexualidade: "Os programas televisivos e principalmente as novelas, nos bombardeiam com histórias com homossexuais diariamente, querem nos fazer acreditar que isto de homem acasalar com homem, e mulher com mulher é normal e natural. Não acho que seja! Homem acasala com mulher e mulher acasala com homem! Da mesma maneira que cavalo cobre égua e não cavalo, e égua não cobre égua. Égua é coberta pelo cavalo! Isto sim, é natural!". Depois dessa aula de biologia, nada a comentar.

A declaração polêmica chamou pra discussão integrantes de movimentos homossexuais e tradicionalistas. Acompanhe aqui:

Tradicionalistas criticam influência gay nos CTGs
Alguns comentários de tradicionalista sobre a matéria " gay nos CTGs" da Zero Hora
Aumenta polêmica sobre presença de gays em CTGs
Programa debate a polêmica da influência gay nos CTGs

MPB, LGBT e outras siglas

. quarta-feira, 15 de outubro de 2008
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Marília Gabriela entrevista Rodrigo Faour.

Livro retrata machismo e relacionamento gay na MPB
"Mais do que falar de sexo, a Música Popular Brasileira sempre falou muito da relação a dois, na maioria das vezes retratada de forma complicada na MPB. No livro "História Sexual da MPB", o autor Rodrigo Faour mostra que, quando o assunto era o amor gay, a coisa piorava".

Rodrigo Faour e a história gay da música brasileira
"Rodrigo Faour conversou conosco sobre essa faceta gay da nossa música, até hoje conhecida por poucos, revelando, entre outras coisas, como os compositores encararam a temática ao longo do último século e quais letristas e intérpretes foram verdadeiramente revolucionários em relação ao tema".

As dez mais do universo gay
"A pedido do G1, Rodrigo Faour fez uma lista das 10 músicas gays mais representativas na música popular brasileira".

MGB - Música Gay Brasileira
"A possibilidade de leitura dúbia das letras de muitas músicas faz com que seja muito difícil traçar um panorama abrangente sobre a manifestação homoerótica no panorama musical brasileiro".

Cantora grava música de Roberto Carlos em CD "gay"
"Cantora carioca conhecida apenas na cena independente, Leila Maria lança nesta semana o primeiro disco brasileiro de repertório inteiramente escolhido sob a ótica homossexual. O CD Canções do Amor de Iguais reúne 13 temas que permitem leitura gay".

Abaixo o Big Mac!

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Imagem retirada do blog www.brucewagner.wordpress.com

Depois de cinco meses de boicote promovido pela Associação Americana da Família (AFA), o McDonald's retirou seu apoio às causas LGBT nos Estados Unidos. Em nota, a rede de lanchonetes afirmou que "a empresa é neutra em relação ao tema do casamento entre pessoas do mesmo sexo ou sobre qualquer outro aspecto dos direitos aos homossexuais". Como assim, Ronald McDonald?

Depois de contabilizar os prejuízos financeiros e de imagem junto aos "defensores da família", o McDonald's decidiu que Richard Ellis, um dos vice-presidentes da empresa, renunciasse ao cargo que ocupava no Conselho da Câmara de Comércio de Gays e Lésbicas dos Estados Unidos, que também não vai contar com o patrocínio do McDonald's no ano que vem.

Será que vem por aí um boicote da população LGBT norte-americana à empresa vira-casaca?

+ Veja mais:
EUA: Associação pede boicote ao McDonald´s por empresa apoiar LGBT
Boicote às lanchonetes McDonald’s depois que o gigante dos lanches rápidos anunciou que aumentaria seu apoio ao movimento homossexual
McDonalds apóia e financia parada gay
McDonald's abandona apoio à comunidade LGBT nos EUA

Hermanitos de olho no mercado GLBT

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Imagem: site oficial do encontro.

"Oportunidade sem precedentes na Argentina de ingressar em um dos segmentos de mercado mais lucrativos e leais do mundo". Assim a GMAPS 360, que produz o guia de viagem destinado ao público GLBT mais lido de Buenos Aires e organiza o I Encontro de Empresários e Empreendedores Orientados ao Mercado Gay, define o evento dirigido a empresas que "dedicam uma parte de sua estratégia comunicacional ao segmento GLBT". O objetivo do encontro é "promover Buenos Aires como destino 'gay-friendly".

Pela imaculada imagem da PM baiana

. segunda-feira, 13 de outubro de 2008
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Imagem do álbum do tenente PM no Orkut.

Se um tenente PM homossexual, que não tem vergonha de viver livremente a sua orientação sexual, é perseguido, ridicularizado e prejudicado pelos próprios colegas de trabalho, que tratamento eles não estarão dando à população LGBT aqui do lado de fora?

De acordo com reportagem publicada na edição de 12/10/2008 do jornal Correio, “em menos de dois anos, o tenente PM Ícaro Ceita do Nascimento foi preso duas vezes, teve contra si um pedido de exclusão da corporação pela Promotoria de Justiça Militar e experimentou dois cortes de salário. Seu crime? Ser homossexual. Alvo de perseguições, Ceita denuncia ter sofrido muitas outras represálias dentro da PM baiana desde que assumiu a homossexualidade”.

Dizem que a aversão aos gays tem na ignorância um sustentáculo; assim, alguns acreditam que a convivência com homossexuais é um caminho para a dissolução de preconceitos. Querem convivência mais intensa, quase forçada, que a de policiais militares, agrupados quase que em tempo integral em alojamentos e batalhões?

Segundo o coronel Carlos Maurício, do 8º BPM, em Porto Seguro, o tenente “estava manchando a imagem da polícia em Porto Seguro”. Já o promotor de Justiça Militar Luiz Augusto de Santana, disse ao Correio que considera a homossexualidade a a carreira militar “antagônicas” e que, portanto, “Ícaro é um peixe fora d’água na vida militar”. Sem dúvida. Basta saber que coloração já têm as águas da vida militar e o que, de fato, as torna turvas.

E que imagem é esta que quer conservar a PM? Não bastam os estigmas de corrupção, truculência e despreparo que recebe da sociedade, justa ou injustamente, ainda quer ser acusada de homófoba?

Peçam pra sair, coronel e promotor!

Saia do Armário! - 20 Recursos para 11 de outubro

. sábado, 11 de outubro de 2008
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Dia 11 de outubro - 12 em alguns países - é chamado de "Coming Out Day": Dia de Assumir. A iniciativa é apoiada pela fundação Human Rights Campaign, que luta pelos direitos humanos e tem um site fantástico. O vídeo acima é um dos que foram enviados para a campanha de 2007 no YouTube, no qual uma mulher, Mary, fala de seu primeiro beijo e como foi a família saber. Também é exibido ua excerto do debate democrata americano no qual Mary, acompanhada de sua namorada, pergunta a Hillary Clinton se, caso ela fosse eleita, elas poderiam se casar.

Um dos colunistas do Mashable, o melhor site em língua inglesa sobre Web 2.0., levantou mais de vinte recursos da Internet para apoiar esse dia. Entre os sites que Sean P. Aune listou, destaco os seguintes: OutProud é um site com recursos para jovens e possui uma database de histórias de "saídas do armário" em Outpath; Family Equality Council encoraja as famílias a lutar por igualdade; Pride At Work, por fim, foca em questões ligadas ao trabalho.

A piada de mau gosto do parlamento português

. sexta-feira, 10 de outubro de 2008
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Miguel A. Lopes/ LUSA

O Parlamento de Portugal rejeitou hoje proposta que reconheceria a união civil e a adoção por casais homossexuais. A votação terminou com protestos dentro e fora da Assembleia da República.

+ Veja o que saiu na mídia portuguesa:
Casamento gay: gritos e polémica no Parlamento
“Cobardes”, ouviu-se nas galerias do Parlamento
Casamentos "gay": duas católicas esgrimem argumentos contra e a favor

Enquanto no Brasil nossos representantes também ignoram direitos civis inalienáveis da população LGBT, uma decisão inédita em Pernambuco reacende as esperanças: o juiz Élio Braz Mendes, do Juizado da Infância e da Juventude de Recife, autorizou a adoção de duas irmãs por um casal gay que vive em Natal.

Museu LGBT Britânico em Desenvolvimento

. quinta-feira, 9 de outubro de 2008
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Saiu ontem (09.10.08) matéria no site do Independent sobre o projeto de um museu LGBT no Reino Unido. Jack Gilbert, diretor de uma instituição chamada Gay Heritage ,está levantando verbas e negociando os acervos para o museu. Um dos objetos que está em negociação é a porta da cela de Oscar Wilde. O escritor inglês, autor de O Retrato de Dorian Gray, foi preso por ter um relacionamento homossexual. Durante o cárcere escreveu De Profundis, e depois de ser libertado escreveu O Caso do Guarda Martin, sobre o sistema carcerário.

Na Alemanha já existe um museu desse tipo. O Schwules Museum Berlin foi criado ainda na década de 1980. A imagem ao lado é um dos cartazes que constam em seu acervo.


+ Leia a matéria no Independent.

Pai, mãe, vejam esse site...

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Divulgação

Se você é homossexual e ainda não teve coragem de conversar abertamente sobre isso com seus pais, uma boa dica é deixar o site do Grupo de Pais de Homossexuais (GPH) como página inicial ou nos favoritos do computador dos coroas... O site funciona como um fórum de discussão entre pais e mães de homossexuais que querem trocar experiências sobre a convivência com a homossexualidade dos filhos.

Além do site, o GPH promove ainda encontros presenciais mensais na casa de Edith Modesto, fundadora do grupo, que vai lançar o livro "Mãe sempre sabe? Mitos e verdades sobre pais e seus filhos homossexuais" (Editora Record), no próximo dia 18, na Saraiva MegaStore do Shopping Pátio Paulista, no bairro de Bela Vista, em São Paulo.

Esperemos o segundo beijo gay da tevê brasileira...

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Parte do Brasil fez torcida - a maior parte torceu o nariz, a bem da verdade - pra rolar um beijão daqueles entre as personagens lésbicas em Torre de Babel e entre os gays de América, Duas Caras e Beleza Pura, todas novelas globais. O vídeo abaixo, no entanto, mostra o que seria o primeiro beijo gay da televisão brasileira. Ora, teremos todos esquecido disso? Ou será que a audiência da Manchete naquela época era desprezível? Vejam a descrição do vídeo disponibilizado pelo usuário PBGonline no YouTube:

"Enquanto todos esperam pelo dito primeiro beijo gay - que nunca chega - nas sucessivas novelas das oito, a extinta TV Manchete já tomava a dianteira em 1990 na série 'Mãe de Santo', em uma cena muito bonita e delicada.

Ou seja, o tão esperado primeiro beijo gay já foi dado e há 18 anos atrás no 11º episódio da série!

Na estória, Lúcio e Rafael são dois jovens universitários da Bahia que constróem uma amizade através de suas diferenças. A amizade, porém, acaba por evoluir para algo mais. Apesar da resistência de Rafael e do afastamento dos dois, eles se reencontram anos depois, quando Lúcio é um reconhecido artista e Rafael, um professor universitário".

A "Parada" Ex-Gay

. quarta-feira, 8 de outubro de 2008
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Campina Grande, na Paraíba, vai sediar, entre 18 e 24 de fevereiro de 2009, o I Encontro de Pessoas que Vivenciaram a Homossexualidade, realizado pelo grupo evangélico Visão Nacional para a Consciência Cristã (VINACC). “Quantas pessoas já não conviveram de alguma forma com a homossexualidade? E quantas não saíram desse convívio e hoje vivem uma vida numa outra perspectiva?”, lê-se no site do VINACC, que vai levar ao evento pastores, líderes e membros de comunidades evangélicas que “têm em comum o fato de terem vivido a homossexualidade”.

“Baseados em pesquisas eles [os palestrantes] irão mostrar que existem inúmeros casos de orientação sexual homossexual egodistônica [em conflito com o ego], e estes podem buscar apoio, e devem ser respeitados nas suas razões éticas, pessoais, familiares ou religiosas que os levam a não aceitar sua condição”, explica o site do VINNAC.

Segundo Washington Rangel, preletor do encontro, os ativistas gays crêem, “de forma errada, que é só necessário acabar com o preconceito e, assim, todos os homossexuais seriam egossintônicos [em sintonia com o ego], o que é uma ilusão”.

Vale lembrar que o VINACC foi responsável pela colocação de outdoors pelo município paraibano com conteúdo considerado homofóbico por entidades GLBT e pela juíza Maria Emília Neiva de Oliveira, da 1ª Vara Cível de Campina Grande, que determinou a retirada das placas.

+ Leia o abaixo-assinado promovido pelo VINACC contra a aprovação do PL122/2006.

+ Assista às reportagens sobre o caso dos outdoors.





Bandeira do orgulho bissexual

. terça-feira, 7 de outubro de 2008
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A bissexualidade sempre sofreu de certa invisibilidade nos meios de comunicação, sempre que se trata de direitos sexuais. Uma das características mais apontadas sobre sua identidade é que os bissexuais circulam tanto por "ambientes" hétero quanto pelos ambientes gays/lésbicos (se é que isso realmente existe).

Um dos símbolos bissexuais mais difundidos atualmente é a bandeira com três cores. Segundo seu criador, Michael Page, o rosa representa a comunidade gay e lésbica, o azul representa a comunidade hétero e o púrpura no centro, que é a sobreposição das cores, representa a comunidade bissexual.

No artigo History of Bi Pride Flag, Michael Page detalha a história da bandeira e apresenta a distribuição de suas cores em PMS, RGB e CMYK.

[post originalmente criado para o blog da Ubíqua, antigo projeto dos autores]

Eu não votei em Leo Kret!

. segunda-feira, 6 de outubro de 2008
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Leo Kret do Brasil teria conquistado 12862 votos se, em vez de votar em Lindinete Pereira, eu tivesse sido co-responsável pela sua eleição. Essa culpa eu não levei ao travesseiro. A dançarina do Saiddy Bamba entra pra história como o primeiro transgênero a se tornar vereador em Salvador. O quarto candidato mais votado, é bom frisar. Ponto pra ela, pros transgêneros e não-transgêneros que a elegeram na esperança de serem representados, e viva a democracia. Mas antes que eu jogue uma pá de cal na euforia dos leokretinos e seja etiquetado de homofóbico (ah, esse adjetivo!), quero explicar por que acho a eleição de Leo Kret um sintoma preocupante e um risco provável.

Primeiro que Leo Kret está mais para Sara Verônica (eterna Boquinha da Garrafa) que para Marcelo Cerqueira, presidente do Grupo Gay da Bahia, também candidatos a vereador em Salvador, sem sucesso (nem tudo está perdido). Todo e qualquer voto é um tiro no escuro, mas votar num candidato como se se escolhesse um big brother é sintomático da ambigüidade da nossa democracia. Discordem o quanto quiserem, mas Leo Kret deve muito mais aos votos de protesto (aliás, aos votos de esculhambação) que ao envolvimento político do seu eleitorado. E nisso não há diferença nenhuma entre Leo Kret e a infeliz maioria dos vereadores (re)eleitos em Salvador, salvo a sua excentricidade.

Excentricidade que reside não no fato de Leo Kret passar milhas longe tanto do padrão macho-paternalista quanto do estilo mulher-guerreira, mas pela razão de que se pode, sim, entrar na vida política num abrir e fechar de urnas apenas porque se é famoso, polêmico e objeto de fetichismo. Daí que não faria diferença alguma se, em vez de Leo, Bagagerie Spielberg e Latino fossem eleitos apenas porque são, respectivamente, transformista e sex symbol. Como legisladores, o mais provável é que fossem ótimos (?) artistas.

Militantes gays vão alegar que o simples fato de termos uma vereadora que foge ao padrão heteronormativo já é uma vitória pro movimento GLBT e uma lição pra sociedade. Isso vai depender do bom desempenho de Leo Kret fora dos palcos. Caso contrário, teremos apenas trocado eles por elas e incorrido novamente no equívoco de achar que identidade (de gênero, etnia...) e competência política são uma coisa só. E daí o mesmo movimento vai acusá-la de traição às bandeiras e de ter desperdiçado uma oportunidade de colocar representantes da população GLBT no poder. Olha a responsa, Leo!

Quando assisti à propaganda de Leo Kret na tevê, depois de fingir não ter ouvido a candidata gemer depois de um discurso todo rimado, me perguntei: Por que não? Mas por que sim? Por que ainda precisamos eleger um candidato não-heterossexual pra que a comunidade GLBT possa obter dos poderes públicos o que lhe é de direito? Se Leo Kret se elegesse, teríamos uma bancada pró-GLBT na Câmara Municipal formada por um político apenas? As bandeiras de candidatos travestis, homossexuais, bissexuais e transgêneros têm que ter cores necessariamente diferentes das demais? Gay tem que votar em gay? Todo indivíduo pertencente a uma minoria social tem espírito público? Um turbilhão de questionamentos, interrompido apenas pela lembrança do gemido inacreditável. O grunhido de Leo Kret é o equivalente transgênero do “au” de Frank Aguiar, deputado federal petebista por São Paulo, na sua propaganda em 2006?

Desejo aos eleitores de Leo Kret e a todos os soteropolitanos diretamente atingidos, positiva ou negativamente, por essa eleição que tanto a vereadora transgênero quanto os vereadores mais ou menos ortodoxos não nos envergonhem pelos próximos quatro anos. Ou então é rezar pra que a tragédia toda se resuma a sapateado em hora imprópria e a abelhinha de estimação zunindo dentro do ouvido...

Silas Malafaia ama os gays; eu amo minha mãe.

. sexta-feira, 3 de outubro de 2008
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Assista ao vídeo antes de ler o artigo.



Minha mãe é uma ovelha da Igreja Universal. Amo-a, mas preferiria que ela comungasse de outra crença religiosa. Ou de nenhuma, como eu. Mas por que devo dizer isso a ela e nos indispormos? Discordo e chego a abominar vários valores morais dos evangélicos. Conheço uma porção deles que são arrogantes, importunadores e separatistas. Também conheço arrogantes, importunadores e separatistas que são católicos, do candomblé e até ateus, mas acredito que em nenhuma outra corrente religiosa, a meu ver, a arrogância, a importunação e o separatismo são tão naturalizados, cultuados e praticados sem nenhum constrangimento e com soberba. Opinião minha, apenas.

Odeio os evangélicos? Não, não conheço todos eles, felizmente. Também nem poderia odiar a todos; amo minha mãe, já disse. Mas, definitivamente, posso dizer que a “prática evangélica” (parafraseando a expressão “prática homossexual”, proferida pelo pastor e apresentador de tevê Silas Malafaia), ainda que não me atinja diretamente, me incomoda pacas. Não me ofende, porque não dou crédito, não atribuo valor, não acolho. Respeito o direito de existir. Cada qual edifica os templos e terreiros que quiser, se quiser: este país deve assegurar isso. Prefiro, entretanto, a convivência com evangélicos não praticantes, admito. Questão de afinidade apenas, de poder bater um papo equilibrado. E também não sinto nenhuma propensão a agredi-los verbal ou fisicamente. Minto: às vezes sinto, em casos mais extremados, tenho nervos, mas me contenho, procuro ser um cidadão correto.

Digo isso porque compreendo que líderes evangélicos tenham se arvorado contra a aprovação do PL 122/2006, o projeto de lei que, ao ver deles, criminalizaria qualquer crítica à homossexualidade. Embora tenham deturpado o quanto puderam uma lei que impediria que violências simbólicas e físicas continuassem a vitimar milhões de brasileiros, eu também me sentiria amputado se (mal) entendesse que não poderia por lei, por exemplo, dizer aqui que considero a maior parte dos evangélicos arrogante, importunadora e separatista.

Mas que bom que eu posso também, amparado pela lei e com o aval de líderes evangélicos defensores do direito incontestável da liberdade de culto, afirmar que, no meu agnosticismo, que é a minha crença, creio piamente que evangélicos, tal como agem, caso houvesse céu, não iriam pra lá com tanta facilidade. Que bom que eu não tenho disposição física ou psicológica pra dissuadi-los de suas convicções, senão certamente me tornaria um arrogante, importunador e separatista, como tantos...

Em suma, quero dizer a todos aqueles encaminhados ao fogo do inferno pelos evangélicos que deixem que digam, que pensem, que falem... Mas não deixem, em hipótese alguma, que, nesta vida mesmo, os insultem, caluniem, ameacem, violentem, demitam, discriminem, privem de direitos, porque isso já é outra coisa.

Deixem que o pastor Silas Malafaia prefira viver numa espécie de cegueira ou coma induzido ao ignorar a estabilidade que têm tantas famílias encabeçadas por homossexuais. Deixem que o senador (isso mesmo, senador!) Magno Malta confunda a liberdade de orientação sexual com crimes sexuais como a pedofilia. Deixem que o padre Luiz Carlos Lodi da Cruz diga que “o homossexual, por ter escolhido livremente praticar esse vício, deve arcar com o ônus de sua opção”. Se os discursos inflamados e os pulinhos irritantes de Silas incomodam, mudem de canal, como eu. Se as pregações dizem que os gays que não se converterem em heterossexuais vão ao inferno, que vão fazer lá?

Se algo apenas me incomoda, fecho os olhos, tapo os ouvidos, viro a cara pro lado, retiro-me, poupo-me de incômodos, não permito que me importunem. Mas, se alguém me violenta, verbal ou fisicamente, me ofende ou discrimina segundo critérios nada razoáveis, dou uma queixa na delegacia mais próxima.